sábado, 28 de abril de 2012

No meu final



Um dia o meu ser irá parar
Eu sempre tive disso consciência
E quando isso tudo acontecer
Não quero ajuda alguma da ciência.

Me deixem ir em paz pelos meus anos
Que tanto quis viver como queria
Não fui perfeito (e isso eu confesso)
Mas tive tudo aquilo que merecia.

Ganhe um lindo amor especial
Tão semelhante a mim e tão perfeito
Inteligente e sempre responsável
Não pediria alguém de outro jeito.

Eu fiz vários amigos de verdade
E tive, junto deles, bons momentos
Sempre do lado deles ri gostoso
Também já derramei os meus lamentos.

Morei com uma família respeitosa
E cedo tive que amadurecer
Não foi aquela infância dos meus sonhos
Mas tudo isso só me fez crescer.

Assim, o que passei foi precioso
De tudo vou sentir muita saudade
No fim quero viver de fantasia
Em troca de toda realidade.

Odisseu Castro.

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Espelho meu



Espelho, espelho meu, que tudo sabe
Dê-me sempre a resposta que me cabe
No vasto mundo em que eu amando sigo
Quem é que me oferece algum perigo?

Não quero concorrência no amor
Tal ideia não quero nem supor
Diga-me sempre o que eu devo fazer
Para jamais o meu amor perder.

Não desejo mudar minha esperança
Em pensamentos tolos de vingança
Como se a cura toda fosse o mal.

Criar uma maçã envenenada
Eu sei, não adiantará de nada
Se for deixado de lado ao final.

Odisseu Castro.

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Por fim...



Era um sonho e acabou
O sorriso foi desfeito
Pois ninguém era perfeito
Pesadelo iniciou.

Antes quem ignorou
De cada um seu defeito
Hoje mais nada é aceito
Por quem tanto se gostou.

O menino então chorou
Não havia outro jeito
Tudo já estava feito
Quem será que mais errou?

Quando tudo terminou
Se viraram com despeito
Mas um segurou no peito
E, triste, pra trás olhou.

Odisseu Castro.

terça-feira, 10 de abril de 2012

O dono do meu tempo



Cada segundo, amor, que eu possuir
Eu poderia usar sem reclamar
Para poder sempre te ver sorrir
E em cada sua atitude te louvar.


Eu poderia olhar você dormir
Passar o dia todo a te tocar
Pelos seus lábios seu sabor sentir
Ou mesmo o seu trabalho acompanhar.


Amor, meu tempo todo te pertence
Não sei por que você não se convence
Aquilo que eu puder por ti eu faço.


O tempo que ainda posso perder
É se, algum dia, você me esquecer
Deixando-me a deriva no espaço.

Odisseu Castro.

domingo, 8 de abril de 2012

Eu te esperaria



Por quanto tempo eu tive que esperar?
Em quantos desencontros te perdi?
Durante quanto tempo nossa olhar
Foram um só, então me distraí?

Das horas que passei a imaginar
E que de imaginar eu não vivi
Quantos dias eu tive de esperar
Com um alguém tão semelhante a ti?

Nas noites que passei amargurado
Ao frio do travesseiro abraçado
Pensava quando, enfim, te encontraria.

E hoje o meu sonho aconteceu
O mais singelo amor apareceu.
Por ti, por mais cem anos, esperaria.


Odisseu Castro.

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Uma ilusão



Ver-te nos braços de outro
É tão duro aos olhos meus
Tal qual saber que meus lábios
Jamais tocarão nos teus.

Outro agora sentirá
Da sua pele a textura
Para mim só sobrará
Apreciar tal tortura.

Eu jamais poderei ser
Aquele que na sua cama
Arrancará seus suspiros
O teu dizer que me ama.

Eu, porém, assim espero
Que quem tenha essa beleza
Saiba bem apreciar
Esse dom da natureza.

Porque se ele não souber
Eu, aqui, bem saberei
Demore o tempo que for
Sozinho te esperarei.

Mesmo sendo uma ilusão
Esperar tudo acabar
Somente eu poderei
Ensinar-te o que é amar.

Odisseu Castro.

terça-feira, 3 de abril de 2012

Pecado



Mas que sorriso belo, encantador
Eu pude vislumbrar dos lábios teus
Dentes tão brancos e perfeitos
Cujos brilhos cegavam meus fracos olhos.
E que lábios carnudos Deus te deu?
Detentores da ambrosia celestial
Como queria poder me aproximar deles
Tocá-los e sentir sua maciez.
Cada palavra que saia de sua boca
Soava como música para mim
Mas não havia na letra sentido algum
Minha mente estava mais concentrada
No abrir e fechar de teus lábios
Um movimento hipnotizante e perigoso.
Você percebia meus atrevidos olhares
E mais uma vez um sorriso despontava
E eu sorria também
Mas o meu jamais se compararia com o seu.
Ah, como eu desejava naquele momento
Entregar-me a luxúria
E profanar esses teus tentadores lábios
Com um doce, molhado e quente
Beijo pecador.

Odisseu Castro.

domingo, 1 de abril de 2012

Seu Tempo


O Tempo, meu amor, tão curto é
A quem dele depende para amar
Quando o encontrar não está sendo feito
Então ele decide engatinhar.

Que homem mais teimoso é esse Tempo
Que não me deixa em paz pra namorar
Ele não entende que a solidão
É veneno que pode até matar?

Eu acho que ele é homem solteiro
E nunca nem tentou se apaixonar
Pois se conhecesse esse sentimento
As horas passariam devagar.

Seu Tempo, por favor, arranje alguém
Não quero para casa retornar
Tão cedo e deixar o meu amor
Sem toda sua sede saciar.

Odisseu Castro.