domingo, 29 de julho de 2012

Certeza



No dia em que você decidir se afastar
Desejo ter desaprendido a te ter ao meu lado
Não quero ficar sofrendo por sua distância
Nem ficar chorando pelos cantos da sarjeta.
Quando meus beijos não forem mais suficientes
E o calor do meu corpo não mais te aquecer
Que o meu coração já tenha virado gelo
Refrescando o Martini de meu copo
Despreocupado com qualquer opinião sua.
Na hora que você descobrir que não sou o homem certo
Que eu tenha a certeza da mesma coisa
Somente esperando você se tocar disso.
Mas quando você descobrir que não me amava
Aí eu espero ter partido, há tempos, desse plano
Porque posso seguir sem você ao meu lado
Pois nada no mundo é eterno
Só que jamais viveria feliz ao saber
Que cada “eu te amo” de sua boca
Eram palavras vazias de alguém
Que nunca teve certeza do que sentiu
Pois eu tinha, eu tenho, eu terei.

Odisseu Castro.

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Mais uma vez Amor



Sofri, tanto sofri, por desamores
Que esse destro Cupido em mim plantou
Conheço já o amar e seus terrores
Mas, mesmo assim, ele me acorrentou.

E nesse acorrentar os desabores
Provei e, no final, sou quem chorou
O que mais aumentou os meus temores.
Foi só comigo que Cupido errou?

No tempo que foi passando, eu cresci
O meu coração amadureci
E lá veio Cupido me flechar.

Meu corpo sente a paixão outra vez.
Amor, não faça mais do que já fez
Cuidado pra não mais me machucar.

Odisseu Castro.

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Flores na Varanda para Tiago e Rodrigo


O Grupo Musical "Pássaros Cantam na Chuva", junto com o Grupo Poético "Pena & Pergaminho", estão planejando mais um Projeto "Flores na Varanda", que, todo final de mês, homenageia poetas de fora e do nosso estado.
Esse final de julho o projeto terá como foco dois poetas do grupo poético Pena & Pergaminho (grupo poético do qual eu participo), os coordenadores do mesmo, Tiago Quingosta e Rodrigo Ferreira.
Sim, gente, eu serei homenageado com uma noite de música e poesia por essa banda super cremosa e que esbanja alegria e sensualidade, além de contar com a presença de vários escritores locais para declamar os meus poemas e os do Tiago. Estou lisonjeado com essa oportunidade e sei que será lindo!

Você não pode perde essa, não é?

Então compareça nessa sexta-feira, 27 de julho, na Avenida José Tupinambá (antiga Nações Unidas), nº 1615, Bairro Jesus de Nazaré, para essa noite poética-musical.
Sei que ninguém sairá de lá insatisfeito! ^^

Rodrigo Ferreira.

domingo, 22 de julho de 2012

Coisas que não mudam: Homens héteros


Passando um pouco mais de duas semanas seguidas, de segunda a sábado, ao lado de homens heterossexuais, consigo entender o motivo deles não fazerem parte do meu círculo de amizades com tanta intensidade.
Passaram-se vinte e três anos desde o meu nascimento e ainda consigo vê-los da mesma forma: machista, preconceituosos e com ideias limitadas sobre os outros que não seguem uma "ordem social" estigmatizada e intolerante.
Ver os homossexuais como criaturas de outros mundos que precisam ser combatidas com unhas e dentes é o que há na roda deles. Xingar um de gay é a pior ofensa que se pode dar, pior do que ladrão, pedófilo ou estuprador. A intolerância e os preconceitos beiram ao ridículo. A imagem que se passa ainda é aquela do "menino que quer ser menina", usar roupas de mulher e mudar de sexo. Se surgir um com essas características na frente deles aí sim que a bagunça toma maior forma. Já as lésbicas são vistas como um "desperdício". Mulheres que ainda não foram "pegas de jeito" por um deles.
Falando em mulheres, o conceito machista de vê-las como objetos (principalmente sexuais) ainda está em voga e com toda força: na frente delas, uns santos, as mulheres devem ser amadas e blá, blá, blá; por trás, são ofensas e mais ofensas, mulheres que devem servir e nada mais. E que não apareça nenhuma com ideais de "liberação feminina".
O que se faz com elas entre quatro paredes é escancarado aos quatro ventos, acompanhados de risinhos e palavras de "parabéns, é assim que se faz mesmo". O respeito manda abraços e a discrição é o que menos importa, contar vantagem é o que dá status.
Não serei hipócrita ao ponto de dizer que isso é somente  ligado à heterossexualidade masculina (gays ainda conseguem ser piores quando querem) e muito menos dizer que todos os homens são assim, mas convenhamos, mulheres e LGBTTs já deram um passo muito maior em anos do que muitos homens que ainda andam com um tacape em mãos.
Falo somente o que ainda vejo em meus vinte e três anos de vida. Já me surpreendi muito com o que vi de novidade (onde permaneci calado e aplaudi de pé o feito) e já lamentei também (muito mais). E sei que ainda lamentarei muito, infelizmente.
De quem é a culpa? Talvez essa seja a menor das preocupações. Quem vai permanecer no erro é que é a melhor das indagações.
Falta muito para que todos percebam que o mundo, independente de quem quer que seja, é habitado por seres humanos e não por heterossexuais, homossexuais, bissexuais, pansexuais e assexuados?

Rodrigo Ferreira.

sábado, 21 de julho de 2012

Bebê frágil



Nasci!
Senti o seu cheiro
Olhei nos seus olhos
Toquei na sua mão.
Toque macio
Tão carinhoso
Não consegui resistir
Tive que me entregar.
Você cuidou
Paixão iminente.
Mas não fui só eu
Outro alguém
Também percebeu
A maravilha que você era
Eu não venci.
Ah, frágil bebê!
Não logo acabei de nascer
Morri!

Odisseu Castro.

domingo, 15 de julho de 2012

Mito Poema - Igual Penélope

Preparados para mais um mito poema?
Dessa vez eu decidi optar por um mito que muito me agrada, a da mulher mais fiel que já tive questão de ler sobre, trata-se de Penélope, a esposa de Odisseu (sim, do original, não do meu pseudo!).
Preparados, então vamos lá!

O Mito de Penélope

Penélope é a rainha de Ítaca (isso te lembra algo?) e esposa de Ulisses (Odisseu, para quem só entende grego), filha de Icário e Periboea e mãe de Telêmaco. Depois que seu marido viaja para batalhar na Guerra de Tróia, Penélope o espera pacientemente, sem olhar para os lados. Pura fidelidade.
Enquanto o bravo Odisseu pensava em construir um cavalo de madeira para invadir Tróia, Penélope o esperava em Ítaca, sendo atacada por vários varões que a queriam desposar, já que ela era belíssima e não era uma drag, mas uma queen, era mais quem queria.
Não sabendo se o genro estava vivo ou morto, o pai de Penélope achava melhor ela se casar outra vez, pelo sim ou pelo não, já que isso poderia acarretar na invasão do reino que estava sem o seu rei para defender. Mas ela pouco se incomodava e queria esperar pelo seu boy magia, que levasse o tempo que fosse (Odisseu devia fazer bem).
Após muito insistir, Penélope aceita que os pretendentes a galanteassem na cara dura (fácil assim?), mas não escolheria nenhum dos machos antes de terminar uma mortalha para o pai de Odisseu que tinha ido visitar Hades. Porém, durante o dia, aos olhos de todos os seus pretendentes, ela fiava a mortalha; à noite, quando todos dormiam, ela desmanchava o que tinha feito, adiando o máximo possível o seu destino (agora sim!).
E ela fazia isso bem, até que uma das suas criadas linguarudas deu o bocão para todos.
Descoberta, ela propôs outra coisa ao pai e aos outros homens: Odisseu tinha um arco muitos dos seus duros (oi?), sabendo dessa consistência, ela falou que casaria com aquele que conseguisse o encordoar e disparar uma flecha desse arco pelo aro do cabo de dez machados alinhados (algo fácil e que qualquer grego conseguia! [/ironiamodeoff]).
Somente um humilde e velho camponês alcançou ta proeza. Camponês que nada mais era do que Odisseu disfarçado com a proteção de Atena, após retornar a Ítaca.
Após o feito, Odisseu todos os pretendentes da esposa, pois é assim que se acaba com a concorrência.

E essa é a história de Penélope. Ela é ou não exemplo máximo de fidelidade ao seu amor? Vamos seguir o exemplo dela?

Rodrigo Ferreira.

Penélope e os pretendentes (1912) - John William Waterhouse
Igual Penélope

Quantas mortalhas mais irei tecer
E quantas outras mais desfiarei
Só para ter o meu amor de volta
Que partiu e nunca mais regressou?
 Destino de fiandeira amaldiçoada
Sangue de Aracne corre em minhas veias
Ou punição divina recai sobre mim?
Muitas perguntas, nenhuma resposta.
O meu trabalho faço com afinco
Para vê-lo destruído mais tarde.
É pura inveja que têm do meu labor
Ou julgamento de Palas premeditado?
Eu fiarei bem mais, eu fiarei
Só para tê-lo de novo no gentil leito
E outras costuras mais destruirei
Se tudo isso te fizer voltar.
Meu sacrifício é pouco se comparado
A tudo de bom que tenho ao lado teu.
Esperarei tão fiel quanto Penélope
Esperou, com amor, o bravo Odisseu.

Odisseu Castro.

terça-feira, 10 de julho de 2012

Divinal flor



A mais divinal flor do meu jardim
Nos campos do Olimpo não foi criada
E nem mesmo no Elíseo está guardada
Brotou na Terra, toda para mim.

Pétalas negras, sempre perfumadas
Talo moreno, magro, sinuoso
Centro belo, para beijar gostoso
Folhas macias, nunca descuidadas.

Na sombra dessa flor eu me protejo
Sob ela tenho tudo que desejo
Ela cuida de mim bem mais que eu dela.

Eu jamais quero perder essa flor
Que me gerou com todo seu amor.
Serás, eternamente, sempre bela.

Odisseu Castro.

Homenagem minha para a minha mãe que está de aniversário hoje. Parabéns, sua linda! ^^

Rodrigo Ferreira.

domingo, 8 de julho de 2012

Amar é viver

Não tenho medo de sacrificar
Cada segundo da vida que tenho
Se todos eles eu puder passar
Só do teu lado, meu amor ferrenho.

Não tenho medo de me definhar
Pois sei que, logo logo a isso venho
Se for somente para admirar
Desse seu divinal corpo o desenho.

Eu não perderei meu tempo a comer
Se é do despontar do teu sorriso
Que tiro todo meu sobreviver.

Em ti encontro mais do que preciso
Quem disse que amar não é viver
Jamais amou alguém qual a quem viso.

Odisseu Castro.