Esse verão resolvi fazer algo diferente, nada haver com "bons drinks" e outras drogas, mas com poesia, a MELHOR das drogas.
Começarei hoje o que chamarei de "Mito Poema".
Trata-se dos meus poemas baseados em mitos gregos, acompanhados de sua devida história para descarrego de consciência daqueles que não entendem algumas metáforas dos meus poemas e suas relações com a mitologia que nem sempre fica clara.
Mas não pense que esses poemas são os mitos gregos em formas de poesias (nenecas de pitibiribas, meu caro leitor), são poemas que tem o mito grego no seu interior, mais como um suporte do que para retratá-lo completamente (ou não). Assim, contarei o mito (do jeito que somente eu sei contar), farei um poema e citarei o mito no interior do poema, porém ele não necessariamente será o tema principal do que foi escrito (ou sim). Entende? Se não, acompanhe logo abaixo o que eu quero dizer.
Então, hoje começarei com um mito que gosto muito e que poucos conhecem, estou falando do mito de Tântalo, o mortal que tentou enganar vários deuses, mas foi ownado ao final. Acompanhem. ^^
O Mito de Tântalo
Tântalo era um mítico rei Frígia ou da Lídia, casado com Dione, filha do Titã Atlas (aquele que segura "só" o firmamento nas costas) . Era um mortal, filho de Zeus com a princesa Plota, e tinha três filhos: Níobe, Dáscilo e Pélope.
Muito querido entre os deuses (um puxa-saco, provavelmente), Tântalo era sempre convidado para os banquetes no Olimpo, um privilégio que poucos mortais desfrutavam. Porém, abusando da hospitalidade e da confiança dos olimpianos, afim de se tornar um deles, roubou o néctar e a ambrosia divina, que davam a imortalidade para quem os degustassem.
Julgando-se poderoso, Tântalo convida os deuses para um banquete em sua casa, servindo para eles o seu próprio filho, Pélope, como refeição (morta!).
Todos os deuses perceberam o que Tântalo tinha feito, menos Deméter, que ainda chorava mágoas de cabocla pela filha Perséfone que havia sido abduzida sequestrada por Hades e tava de boas como a Rainha do Submundo. Distraída, deu uma bela garfada no ombro de Pélope ao molho madeira.
Para trollar Tântalo, Zeus e as outras divindades fizeram Pélope ressuscitar e construíram um ombro de marfim para substituir o que fora degustado pela deusa da agricultura.
Como castigo por isso, Tântalo foi lançado ao Tártaro (o região mais profunda do Inferno), onde ele sofreu o pior dos castigos que alguém como ele poderia sofrer: suplício de fome e sede eternas.
Mergulhado em água até o pescoço, se Tântalo tentasse beber da água, ela sumiria. Para completar, uma árvore mostraria frutos saborosos sobre a cabeça dele, se ele as tentasse pegar, uma brisa mansa sopraria nos galhos, que levantariam os frutos e impossibilitaria que ele as pegasse (momento olhos arregalados).
Achou pouco?
A família de Tântalo também sofreu pelo crime do pai, mais do que a geração do Tiradentes. Níobe perdeu todos os filhos, que foram assassinados por Apolo e Ártemis, e ainda virou pedra. Austreu e Tiestes (netos de Tântalo) se degladiaram por poder, onde Austreu atentou contra a vida dos filhos do outro. O bisneto Agamemnon (aquele da Guerra de Tróia), foi assassinado por outro bisneto, Egisto, que morreu pelas mãos do trineto Orestes, filho de Agamemnon (vingar o pai era o boom daquela época). E por aí foi.
Achei foi pouco!
E os deuses ainda ameaçaram: quem provasse da ambrosia celestial sem ser convidado sofreria o mesmo que Tântalo sofreu ou pior (Eta justiça divina!).
Hoje em dia, a expressão "Suplício de Tântalo" se refere ao sofrimento de quem deseja muito algo mas sempre o vê escapar quando está prestes a alcançá-lo.
Medo!
Gostaram? Agora acompanhem o poema que fiz utilizando a história, mas não tendo ela como tema principal do escrito. Obrigado para os que leram até aqui.
Rodrigo Ferreira.
Destino de Tântalo
Dê-me de comer
Dê-me de beber
Da paisagem que tu ostenta
Minhas mãos não podem tocar.
Dê-me de comer
Dê-me de beber
Eu desejo sobreviver do alimento que germina de tua pele
E do líquido que flui pelo teu corpo.
Dê-me de comer
Dê-me de beber
O tempo passa rápido e eu definho
Tenho medo que outros te suguem, Paraíso
Devastação no mundo é tão comum.
Dê-me de comer
Dê-me de comer
Dê-me de beber
Se eu pudesse me saciar do teu amor
Sem ao menos te pedir permissão
Já o teria feito há muito tempo
Mas não posso.
Odisseu Castro.
Achei muito interessante o texto e o poema, que pode ser interpretado de mais de uma forma. O poema é muito bom. Achei um diferencial muito bom para o blog. Parabéns.
ResponderExcluirEle está muito perto das maçãs. Será que não dá tempo de puxar uma?
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