#VemPraRuaMacapá

O povo amapaense mostrando que não está passivo às manifestações ao redor do país!

No dia 19/06/2013, milhares de pessoas, a maioria jovens, moradoras da cidade de Macapá e municípios vizinhos, fizeram uma manifestação que eu nunca havia visto em nossa cidade desde os meus três anos, idade com a qual vim morar no Amapá.

Inspirada em várias manifestações que acontecem nessa mesma época em todo o país, que tiveram início em São Paulo, os moradores do Amapá saíram às ruas pedindo Justiça, Saúde, Educação, Liberdade de Expressão, Direito de Amar e Combate à Corrupção, além de vários outros pedidos.

Sem carro de som, sem trio elétrico, sem microfone... com cartazes, apitos, rostos pintados e muita disposição, tomaram às ruas de Macapá, elas foram as vozes do povo, em uma caminhada que tinha como objetivo mostrar que a sociedade amapaense não está de braços cruzados para o que está acontecendo no Brasil.

Durante todo o longo percurso, presenciamos que a sociedade amapaense (e muitos jovens presentes, diga-se de passagem) sabe se comportar quando quer. Ao chegar perto da Assembleia Legislativa, vimos que um grupinho saiu da rota para fazer arruaça, tacar fogo em algo (ou alguém? sei lá) e soltar bombas de São João, mas os que realmente queriam paz seguiram na direção certa.
Cantamos o Hino Nacional, vaiamos a corrupção e eu me senti bem por estar ali!

O problema foi o que veio depois: depredação do patrimônio público, pedradas, bombas e retaliação da polícia!

Ainda bem que saí bem antes do circo pegar fogo!
Os organizadores do evento avisaram, antes do pior acontecer, para todos irem para as suas casas o quanto antes. Eu, como bom ouvinte (mesmo tendo um leve grau de surdez), fui-me. Nada de ficar zanzando pela cidade, principalmente próximo da dispersão. De longe, só vi a correria e gente gritando!

Em todos os estados do país em que essas manifestações ocorrem, querendo ou não, sempre tem os que não sabem se comportar: gente bebendo, fumando, usando drogas e vandalizando o patrimônio público (o qual somos NÓS quem pagamos).
Infelizmente não podemos separar o joio do trigo tão facilmente, era lógico que algo desse tipo, em maior ou menor proporção, aconteceria. No lugar em que há muita gente, há os que prestam e os que não prestam.
Não culpo a policia por retaliar ataques covardemente sofridos e usar de táticas de dispersão que afeta tanto baderneiros quanto cidadãos de bem (afinal, táticas de dispersão é isso mesmo, não é pra poupar ninguém).
A maioria que estava ali tinha um objetivo, uma meta: lutar por paz, por justiça e por amor. A maioria SIM!
Se acontecer outra manifestação do tipo (o que eu, sinceramente, acho difícil, principalmente com relação a enorme quantidade de gente que foi) espero que não mude o seu foco, que a paz continue sendo um lema para a passeata e o não partidarismo seja mantido.

Haverá menos pessoas boas e os baderneiros irão em maior quantidade, então, tomem cuidado!

Mas a população amapaense me surpreendeu. A força da juventude me surpreendeu. Tivemos vários pontos positivos e não podemos deixar que a sujeira de alguns apague o brilho daqueles que gritaram por justiça.

Eu me senti cidadão por estar ali, lutando do lado de pessoas de bem. As que são de bem!

Rodrigo Ferreira.