quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

Lista de livros lidos em 2015


Como todo ano costumo fazer, segue abaixo a minha lista de livros lidos no ano.
Que decepção com esse lista, hein?
Mas não significa que não li muito esse ano, é porque acabei pegando paixão por outro tipo de literatura: quadrinhos.
Esse ano posso não ter lido muitos livros, mas quadrinhos eu me superei e estou amando. Espero que no próximo ano eu possa ler mais e de tudo um pouco.
Feliz Ano Novo e boas leituras em 2016!

* Anjo da escuridão - Sidney Sheldon
* Dom Casmurro e os discos voadores - Lúcio Manfredi
* Filhos do Éden: Anjos da Morte - Eduardo Spohr
* A vida, o universo e tudo mais - Douglas Adams
* Até mais e obrigado pelos peixes - Douglas Adams
* Praticamente inofensiva - Douglas Adams
* É cada coisa que escrevo para dizer que te amo - Lucão
* Guerra Civil - Stuart Moore
* O menino de vestido - David Walliams
* A outra face - Sidney Sheldon
* O conto da ilha desconhecida - José Saramago
* Medeia - Eurípedes
* Salomé - Oscar Wilde
* Feita de fumaça e osso - Laini Taylor
* O pequeno príncipe - Antoine de Saint-Exupéry

Só 15 livros... que vergonha! ¬¬'

Rodrigo Ferreira

Eu que pensava já haver superado


Eu que pensava já haver superado
Encontro-me solitário no meu quarto
Foi você que eu vi naquela rua
E fingi que não te conhecia
Como se jamais tivesse sido feliz
Como se o teu toque
Como se os teus lábios
Como se a tua alma
Não houvesse me engrandecido
Afastado o frio
Aquecido com o mais brilhante sol:
O teu sorriso

Palavras vieram
Pensamentos vieram
Apenas para mim

Eu que pensava já haver superado
Sinto as lágrimas escorrerem pelo rosto
Por quê?
Não era para ser nada desde o começo
Mas foi
E tudo havia sido perfeito
E a nossa música não parava de tocar
Eu posso sentir
Teu cheiro me inundando as narinas
Teu beijo me afogando em saudades
Tua pele arrepiando a minha
Tua mão dizendo um adeus eterno
Você sentiu o mesmo naquele instante?

Palavras vieram
Pensamentos vieram
Apenas para mim

Eu que pensava já haver superado
Vejo que sou o mais perfeito dos otários
Não era para ser assim
Mas foi
A dor é muito maior do que eu deduziria
As lembranças vieram em enxurradas
Correr para teus braços era uma opção
Mas não
Eu havia prometido que não
Não era para ser nada desde o começo
Suas escolhas decidiram nossos rumos
Espero que você esteja bem
Com alguém
Sem ninguém
Sem mim

De todas as minhas lembranças
Você foi a inesquecível
Que eu pensava já haver superado
E mais um poema-filho nosso nasceu
Órfão de pai


Odisseu Castro

Carta do mês de dezembro para o dono do blog: Deméter

Mais um ano findando e eu, pela última vez desse ano, postando minha carta de dezembro. Esse ano tive muitas coisas acontecendo, boas e más: acabou um relacionamento de quase cinco anos, saí de férias pela primeira vez depois de entrar no corpo de bombeiros, revi entes queridos depois de anos afastado, conheci novos lugares e pessoas, sofri decepções amorosas (uma que jamais esquecerei)... enfim, o mundo parece um grande mistério do cosmo, indescritível, mas, em algumas situações, parece totalmente previsível, como foram os casos das cartas que tirei no início do ano, que foram, como eu havia dito desde comecei a postá-las aqui, coincidentemente parecidas com o que aconteceram no meu ano: EM TUDO!
Deixei essa última carta para postar no penúltimo dia do ano pois queria sentir se ela agiria por todo o mês. E não é que ela agiu mesmo?
Com vocês, a carta de dezembro: Deméter.


Mitologia

Deméter, cujo nome significa "porta de entrada para o feminino misterioso", foi adorada como a Grande Deusa muito tempo antes de os gregos patriarcais conquistarem os povos que adoravam a Deusa que agora é Grécia e impusessem seu panteão olímpico dominado por Deuses masculinos. Como grande Deusa, Deméter é conhecida por criar a agricultura, por instituir a ordem social e por seus ritos de mistério em Elêusis. Num belo dia de primavera, a filha de Deméter, Perséfone, foi capturada por Hades, Deus do Inferno. Em meio a dor e ao trauma emocional, Deméter retirou sua energia vital da Terra e veio o inverno. Zeus persuadiu Hades a devolver Perséfone a Deméter. Para induzir Perséfone a ficar, pois ninguém pode voltar do inferno depois de comer o alimento dos mortos, Hades deu a ela uma romã, e ela comeu seis sementes. Assim, foi-lhe permitido voltar para Deméter durante seis meses do ano. Os outros ela passava com Hades no inferno.

Significado da carta

Deméter veio para iluminar seu caminho pelas trevas e pelo desafiador labirinto dos sentimentos e das emoções. Está na hora de alimentar a totalidade aceitando, reconhecendo e expressando os seus sentimentos. Sentimentos são o que você sente. Emoções são as suas reações aos sentimentos. Sentimentos não-expressados crescem e podem provocar doença, pois ocupam espaço interior e bloqueiam o fluxo de energia sã. Talvez seus sentimentos (e você) não tenham sido ouvidos quando você era criança, por isso você precisou dar mais energia a eles para receber qualquer tipo de resposta Talvez seu medo das emoções ou dos sentimentos a tenha deixado muito vulnerável; talvez a tenha soterrado ou levado a lugares de onde você não é capaz de voltar. Deméter diz que, quanto mais você aprender a aceitar e a reconhecer seus sentimentos, menos tempo você gastará em redemoinhos emocionais e mais energia terá para viver a vida. Quanto mais você aprender a aceitar e respeitar os seus sentimentos, mais seguro se tornará expressá-los.

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Será que é essa a carta que me diz que está na hora de recomeçar?
O meu ano foi marcado por Ártemis, a deusa celibatária da caça, que significou o individualismo no meu ano inteiro, um ano sem a intervenção amorosa, mesmo que ela aparecesse por parte dos outros. Não tive do que reclamar, foi um ano bom, apesar dos apesares, mas senti que faltava algo. Não sei ainda, demonstrar os sentimentos parece algo bem difícil pra mim, ainda mais agora, ainda mais depois de tudo... O ano acabou, essa carta passou. Não demonstrei os sentimentos para quem devia, talvez isso realmente tenha significado o individualismo no ano inteiro. E foi.

Que esse novo ano traga bons ventos. Amor? Talvez. Mas vamos que vamos. Deixar rolar aí. :)
Feliz Ano Novo para todos.

Rodrigo Ferreira

segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Talvez você não saiba


Talvez você não saiba
Talvez nem pense nisso:
Que é o seu sorriso
Que faz o meu sorrir


Talvez você não saiba
Talvez sequer se importe
Mas são teus olhos, com sorte,
Que fazem os meus abrirem


Talvez você não saiba
Que suas palavras diárias
São muito mais necessárias
Que o retorno divino


Talvez você não saiba
Meu peito bate em canção
Ao teu nobre coração
Cheio de amor para dar


Talvez você não saiba
Talvez não esteja na cara
Mas este poema escancara:
Por causa de ti, eu existo.



Odisseu Castro

Carta do mês de novembro para o dono do blog - Morgana, A Fada


Boa tarde a todos nesse dia de Finados. Vamos ver a penúltima carta da minha rotina anual?

Mitologia

Morgana, a Fada é uma Deusa tríplice celta da morte e do renascimento, representada como uma bela jovem donzela, uma vigorosa mãe/criadora ou uma bruxa portadora da morte. Ela também foi uma Deusa do mar, pois seu nome, "Mor", na língua celta, significa mar. Seu último nome tem dois significados: "a fada" e o "fado", ou a sina. Nas lendas arturianas, ela era meio-irmã de Arthur. Diz que ela manipulava Morderete, filho dela com Arthur, para induzi-lo a matar o pai. Quando Arthur morre, Morgana, a Fada vem em seu auxílio para levá-lo à ilha mágica de Avalon, onde ela o cura e, em seguida, lança-o num sono profundo, do qual ele só acordará quando o tempo for propício.

Significado da carta

Morgana, a Fada chegou dançando à sua vida com os seus tambores e sua magia para convidá-la a descobrir e viver seus ritmos. Qual é o seu ritmo pessoal? Você sabe qual é o melhor momento para exercitar-se, dormir, comer, ser criativa, fazer amor, trabalhar e etc? Ou gasta toda a sua vitalidade ajustando-se ao ritmo imposto pelo trabalho, pela família, pelo amante, pelos amigos? Você mergulhou na vida do outro e vive no ritmo dele em vez do seu? Talvez você nunca tenha descoberto o seu ritmo porque quer agradar àqueles com quem convive e "fazer parte do time". É de total importância que você siga o seu ritmo. Fluir com ele lhe dará mais energias, porque você não estará mais reprimindo o que lhe é natural. Morgana, a Fada diz que a vitalidade, a saúde e a totalidade são cultivadas quando você flui com sua pulsação única, em vez de ir contra ela.

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E chegamos na penúltima carta do ano. Mês que vem eu demorarei para postar a próxima, até porque, finalmente, depois de dois anos, viajarei em férias.
Beijos para todos.

Rodrigo Ferreira

terça-feira, 13 de outubro de 2015

Eclipse lunar


Mandei fotos pra ele
Da lua em seu eclipse
Toda vermelha-fogo
Uma beleza de deus

Ele apenas riu
Achava tudo bobagem
Queria era fotos minhas
Vestido de noite
Um céu sem estrelas

Pego com a sinceridade
Fiquei muito mais vermelho
Que o astro eclipsado.



Odisseu Castro

Carta do mês de outubro para o dono do blog - Minerva


Demorei, mas aqui estou eu com mais uma carta. Esse meu mês será regido por Minerva.

Mitologia

Minerva, deusa romana e etrusca da inteligência, da criatividade, da sabedoria, das habilidade domésticas e manuais, era a protetora dos artesões, de todas as pessoas cujo trabalho manual era guiado pela mente. Seu nome vem da antiga raiz da palavra "mente". Minerva aparece aqui com a sua árvore, a oliveira. Ela usa uma égide, um peitoral ladeado de serpentes e uma coruja em seu toucado que a identifica como a Deusa da morte e dos mistérios mais profundos.

Significado da carta

Minerva veio para dizer que está na hora de examinar as suas crenças e mudá-las, se elas não alimentam a sua totalidade. Com pensamentos velhos, desgastados, insalubres estão minando a sua vida, a sua energia, a sua felicidade? Você acredita no que as outras pessoas pensam e/ou dizem ao seu respeito? Você ainda está rodando a fita de mensagens negativas que seus pais ou pessoas que tomavam conta de você lhe deram quando era criança? Você acredita no pior sobre si mesma, ou no melhor? Suas crenças são rígidas demais para permitir e apoiar sua evolução? Todos nascemos com uma história. Se vamos viver a história com o que nascemos ou criar uma história que alimente tudo o que queremos ser é uma escolha nossa. Minerva diz que a totalidade é cultivada quando você se vê em todos os seus aspectos - tanto os sombrios como os luminosos - e escolhe suas crenças para que sirvam ao seu mais alto benefício.

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Bom, é isso. O ano está quase chegando ao seu fim e cada mês é um aprendizado diferente. Essa carta me chamou bastante atenção, até porque se trata de uma divindade com a qual muito me identifico. Vamos seguindo em frente, ainda temos dois mês e meio.

Rodrigo Ferreira.

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Poção


E eu não o vejo mais
Nem seu sorriso brilhante
Ilumina mais a minha noite
Está tudo tão escuro
Está tudo tão distante
Já não sinto mais nada


Saudade, forte veneno
Quanto mais forte
Mais rápido mata.



Odisseu Castro

Carta do mês de setembro para o dono do blog - Maya

Pelo menos dessa vez não é quase final do mês. Dia 10 de setembro e já estou aqui de novo para mais uma cartinha tirada no início do ano. Vamos ver o que ela diz:


Mitologia

Os hindus e budistas da Índia adoravam Maya como o "Universo Material", como a "Mãe da Criação", "Tecelã da Teia da Vida" e como ilusão. Ela é a parte virginal ou donzela de Kali de três partes (os três aspectos são a virgem, a mãe e a velha). Maya também é cultuada no Nepal, no Tibete, na Ásia e nos Himalaias. Seus atributos especiais são inteligência, criatividade, água e magia. Aqui ela é representada erguendo os véus da forma terrena para revelar a verdadeira natureza do universo.

Significado da carta

Maya entrou sutilmente na sua vida para dizer que você precisa enfrentar a sua ilusão. Está na hora de ver o que é ilusão, o que é verdadeiro, o que é real. Você foi pega em uma situação particular e parece não poder mexer-se porque é muito difícil ver claramente? Você se sente intrigada porque uma certa realidade parecia oferecer e agora descobre que não existe nada lá: tem ouvido apenas as palavras que as pessoas dizem, em vez de ouvir o que está por trás das palavras? Maya diz que é fácil ser apanhada pela ilusão. A totalidade é cultivada quando você reconhece onde está e perdoa a si mesma, fica consciente da ilusão e então, conscientemente, levanta os véus para viver a realidade. Enxergar a realidade por trás da ilusão lhe confere poder.

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E tudo continua a fazer sentido, pelo menos eu acredito que esteja fazendo. Esse mês está sendo bem complicado. Saber diferenciar o necessário, as "mãos amigas", o real da ilusão é deveras complicado. Afinal, o que é o real? Preciso de mais pé no chão.


Rodrigo Ferreira.

terça-feira, 11 de agosto de 2015

Coleção



O tempo anunciou esse momento
Chegou a hora de mudar
Trocar as coisas de lugar
Pegar outras e guardar
Talvez esquecer
Deixar pra lá
Queimar...
As lembranças ficarão
Os grande momentos
E os beijos
Esse não apagarão
Hora de reorganizar o mural
Limpar as prateleiras
Tanta coisa nova guardada
Abrir espaço para as que virão
Coleção
De livros
De fotos
De sonhos
Para que eu nunca esqueça
Que a vida é um ciclo
Com início e fim
Mas que o fim é recomeço
De que algo melhor virá
Desejo assim.

Odisseu Castro

Carta do mês de agosto para o dono do blog - Maeve

O que esse mês (ou pelo menos o resto dele) reserva  para mim? Vamos dar aquela espiadinha? #PedroBialFeelings


Mitologia

Maeve, cujo nome significa "intoxicante", foi associada à Irlanda, e representou a soberania do país e seu centro mágico, Tara. Com o passar do tempo ela foi reduzida a Maeve a Rainha, que podia correr mais que os cavalos, conversar com os pássaros e conversar com os homens ao ardor do desejo com um mero olhar. No épico Irlandês Tain Bo Cuillaigne, Maeve (que se escrevia Mebd ou Mebhdh) discute com o seu rei sobre quem é o mais rico, uma vez que, segundo o costume celta, o mais rico numa parceria é o soberano. Ele venceu porque tinha um touro mágico. Ela então decidiu roubar um touro vermelho mágico para si mesma. Depois de várias batalhas e muito derramamento de sangue, Maeve venceu o touro vermelho. Entretanto, quando os dois touros se enfrentaram, estraçalharam-se um ao outro em pedaços.

Significado da carta

Maeve entra corajosamente em seu caminho para desafiá-la a assumir a responsabilidade pela sua vida. Esta na hora de ser a rainha dos seus domínios, tornando-se consciente, depois responsável por tudo o que você faz, por tudo o que você é, por tudo aquilo que você acredita. Existem pontos dentro de você que parecem incertos como águas desconhecidas? Você parece viver no automático como se tivesse sido programado por outra pessoa? Talvez você tenha sido arrastada em determinada situação em vez de tentar descobrir se esse é o melhor lugar para você. Ou talvez não esteja disposta a tomar posse de todos os aspectos, a reconhecer o que tem feito para ajudar a criar a situação ou o relacionamento que você vive agora. Maeve está aqui para lembrá-la que o caminho para a totalidade é assumir responsabilidade pela sua vida, seja ela como for. Somente quando você assumir a responsabilidade, reconhecer onde está, quem você é, o que você é, é que poderá criar algo diferente.

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Responsabilidade. Realmente, esse mês está mostrando que eu preciso me cuidar com relação a isso, saber o que devo colocar como prioridades na vida e administrar direito as minhas escolhas. Estamos quase no meio do mês e tudo já está ficando difícil, mas vamos que vamos. Agora que conheço a carta, só perco o lance por falhas minhas mesmo.

Rodrigo Ferreira.

quarta-feira, 22 de julho de 2015

Não é amor de verdade


Amor de verdade
Tem que fazer sofrer


Não é amor de verdade
Se não maltrata
Se não dói no peito
Não enlouquece
Amor tranquilo
Se é que existe
Perde logo a graça
Torna todos amigos
Uma grande farsa
O legal mesmo
É ter uma breve paz
Entre uma confusão
E outra pior
Viver na corda bamba
Do coração
Amor tem que ser ruim
Deixar na dúvida
Se vale a pena
Se vale o tempo
E se acabar
É para todo sempre
De nunca mais olhar na cara
Passar do outro lado da rua
Amor sereno não marca
Não faz crescer
Não vive na beira do abismo
Entre o ficar e o adeus
Amor sério tira o sono
E sempre volta mais forte
Depois de uma peleja
Por isso dá mais certo
Que qualquer outro
Ah, quem me dera eu
Ter esse amor perturbado
Que meu peito faz
Bater descompassado
Que me faz chorar
Feito criança birrenta
Por não estar sozinho
Mas apaixonado
Totalmente entregue
Sofrendo
Chorando
Gritando
De amor


Amor de verdade
Tem que fazer sofrer.



Odisseu Castro

Carta do mês de julho para o dono do blog - Maat


Olá, seguidores (quero acreditar, pelo menos, que alguém, além de mim, ainda visita Ítaca). Esse mês demorei bastante com a carta, mas nada que não possa recuperar o tempo perdido, ainda estamos em julho afinal. A carta desse mês é Maat, a personificação da Justiça.

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Mitologia

Maat foi uma antiga deusa egípcia da lei, da ordem e da justiça.Com sua pena da verdade ela pesava as almas de todos os que chegassem ao seu Salão de Julgamento subterrâneo. Ela devia colocar a pluma na balança, no prato oposto ao do coração do falecido. Se os pratos ficassem em equilíbrio, o falecido podia festejar com as divindades e os espiritos da morte; se o coração fosse mais pesado, o falecido era devolvido a Ahemait (Deusa do inferno, que é parte hipopótamo, parte leão, parte crocodilo) para ser devorado.

Significado da carta

Maat chegou com sua pena da verdade para ajudá-la a trazer justiça à sua vida. Você está numa situação que parece injusta, desonesta ou pouco razoável? Tem usado de integridade, mas o outro ou os outros não, e agora está ferida e busca justiça? Não tem sido honesta em suas palavras, em suas atitudes? Você está sendo injusta com os outros? Consigo mesma? Talvez seus padrões sejam tão rígidos que você ache impossível atendê-los e se sente continuamente obrigada a rebelar-se? Você tem um juízo interior que a condena por quaisquer ações segundo suas próprias regras? É hora de pagar todas as dívidas de promover um equilíbrio honesto e razoável em todos os seus procedimentos. Maat diz que o caminho da totalidade para você está em aceitar a natureza amorosa da justiça que busca corrigir todos os erros ao dar as lições necessárias.

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Talvez o meu desejo seja menos por "justiça" ou algo do tipo. O que mais me carece no momento é um equilíbrio de mim comigo mesmo. Sinto que minha vida anda meio desregrada, desconfortável. Preciso me afastar um pouco de tudo, buscar uma serenidade mais em mim do que nos outros. Se for isso o que essa carta propõe, talvez eu esteja atrasado por tê-la lido apenas hoje.

Rodrigo Ferreira.

domingo, 14 de junho de 2015

Presente embrulhado e esquecido


Seu presente ainda está guardado
Embrulhado no papel pardo
Com sua fita vermelha favorita
Você nunca virá buscar
A felicidade está ali
Contida
Presa por um laço
Que eu não tenho coragem
De desmanchar
A fina textura do papel
Lembra a tua pele 
No último dia em que eu a toquei
E as lágrimas que derramo sobre
Nosso suor se misturando
Tantas lembranças que me traz
O pequeno embrulho esquecido
Bastante mal embalado
Mas, com amor, todo feito
Para você e apenas para você
Que nunca o virá buscar.



Odisseu Castro

Carta do Mês de Junho para o dono do blog - Kali


Não posso negar que o mês de junho está sendo de muitas notícias, boas e ruins: mensagens, pessoas novas, prováveis viagens e mudanças de lugares. Então eu leio a carta que rege esse mês e tudo parece fazer sentido, seguir uma lógica no Cosmos, para me beneficiar ou me deixar mais encucado sobre o que fazer daqui em diante.
E vamos seguindo por mais um mês, mais uma carta. Junho está sendo regido por Kali, que simboliza o Medo.

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Mitologia

Kali, deusa tríplice hindu da criação, da preservação e da destruição, é a força animadora de Shiva, o destruidor (Senhor da Dança). Ela é a fome insaciável do tempo que da à luz e depois devora. Crânios, cemitérios e sangue estão todos associados a seu culto. A energia de Kali é incontrolável. Depois de matar dois demônios, ela se embebedou com o sangue deles e começou a dançar sobre seus corpos mortos. Kali dançou até entrar num frenesi e compreender que quase levou Shiva à morte dançando.

Significado da carta

Kali começou a dançar na sua vida para lhe dizer que é hora de enfrentar os seus medos. Tudo que está ameaçadoramente à espreita, quer esteja profundamente enterrado na sua escuridão interior ou bem perto, precisa ser encarado e trazido à luz da consciência. Seus medos estão a seu serviço, avisando-a sobre lugares, coisas ou pessoas perigosas? Ou a impeçam de dançar a sua dança, viver a sua vida, criar com a criação? Kali veio para dizer que a sua dança é necessária como parte da totalidade da dança da criação. A totalidade é cultivada quando você resgata os aspectos de si mesma de que abriu mão por medo. A maioria dos medos não tem forma. A totalidade é criada quando você aprende a reconhecer seus medos e começa a superá-los.

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E a minha vida segue, tendo sempre em mente que o medo também faz parte de mim, o que devo perceber agora é de que modos vou usá-lo em minha vida, como um trampolim para me impulsionar ou como uma barreira para me esconder e, assim, me proteger de tudo.

Rodrigo Ferreira.

segunda-feira, 25 de maio de 2015

Vontade de provar desses teus lábios


Vontade de provar desses teus lábios
Equidistantes dos meus por muitas léguas
Queria poder recebê-los por carta
E tocar tua pele como meus dedos o papel

Vontade de provar desses teus lábios
E sentir a ambrosia que corre por eles
Guardá-los dentro de mim, dentro do peito
Apenas para o meu doce desfrute

Sou egoísta, oh, quão possessivo sou
Mas não me culpe, amado, pelos meus atos
Ficar viciado em ti foi muito fácil
Quem não ficaria carece de alguns ajustes

São os teus lábios, fascinantes, que me prenderam
Foi teu sorriso, amoroso, a seduzir
Esse que escreve, corrido, fracos versinhos
Para dizer: vontade de provar desses teus lábios.

Odisseu Castro

Carta do Mês de Maio para o dono do blog - Sheila Na Gig


E estamos quase saindo do mês de maio e, apenas agora, eu posto a carta que rege esse mês. Sim, as obrigações foram muitas, fiz até viagem para o interior pela Defesa Civil. Mas foi isso que eu acabei escolhendo para mim, não foi? Não, provavelmente não, mas vamos seguindo.
A carta desse mês pertence a Sheila Na Gib, e trata sobre a abertura.

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Mitologia

Antiga Deusa do nascimento e da morte, a figura risonha de Sheila Na Gig, com as duas mãos segurando aberta a sua yoni, adornada muitos portais de igreja até ser derrubada e destruída pelos ofendidos. Os celtas reverenciavam o poder sagrado dos órgãos genitais femininos e usavam esculturas que os representavam para proteção. Sheila Na Gig é retratada aqui como uma bruxa (mulher sábia) em toda a sua glória: caixa torácica de esqueleto, seios secos e caídos, com alguns dentes remanescendo e pouco cabelo, mas vibrante e desafiadora na beleza da sua idade. Essa beleza é direito de toda mulher, que deve reclamá-la. Ela desafia você a olhar para ela, enfrentar o medo de ficar velha e triunfar em sua celebração do que ficará velho e morrerá.

Significado da carta

Sheila Na Gig ri provocantemente para você e a convida a juntar-se a ela na abertura. Está na hora de abrir-se a novas experiências, pessoas, lugares e coisas. É hora de começas novos projetos, forjar novas direções, aventurar-se corajosamente. O universo convida você a sair e brincar. Talvez você tenha precisado limitar a sua energia para lidar com um ferimento, um luto, um final, ou então não tem sentido segurança para abrir-se. Talvez tenha precisado de um tempo de recolhimento, harmonização, concentração no seu íntimo. Sheila Na Gig está aqui para lembrá-la de que um período de concentração é seguido pela expansão e pela abertura. É hora de alimentar a totalidade integrando o que a distensão, a expansão e a abertura trarão.

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Acredito que ficou meio óbvio o objetivo dessa carta. Parece que é o momento de limpar a poeira e começar a caminhar mais uma vez. Olhando com carinho para esse mês, percebo que muitas coisas aconteceram, realmente, que demonstraram o poder dessa carta. Aventuras, pessoas novas, lugares novos... espero que no próximo mês as notícias sejam ainda melhores.

Rodrigo Ferreira.

quinta-feira, 2 de abril de 2015

Despertador


Será que o despertador ainda toca
Mesmo que ninguém esteja por perto?
Será que ele sente saudades
Das mãos que o desligam pela manhã?
Por quanto tempo ele chama
Até desistir e, cansado,
Permanecer estático
Com seu saudoso "TIC TAC"?
Meu peito é um despertador quebrado
Chamando por teu nome pelo quarto
Mesmo sabendo que você jamais
Virá consolá-lo.



Odisseu Castro.

Carta do Mês de Abril para o dono do blog - Shakti


Sabe que eu gostei de voltar para o blog? Sabe que eu gostei de compartilhar o tarô do início do ano?
Claro, é algo bem pessoal, mas não deixa de ser interessante saber o que o Cosmo prevê para mim durante o ano. Espero que vocês são se chateiem por eu querer fazer isso todo o mês, mas é bom até, assim quebramos um pouco de um blog de "apenas poesia" para um espaço que trata, querendo ou não, sobre a minha vida, do que gosto, sobre o que penso e o que o destino me reserva.
Nas minhas andanças pela internet, consegui baixar um arquivo com os significados do Tarot das Deusas, que foi o qual eu escolhi no encontro Pagão do qual participei. Agora fica bem mais fácil falar e escrever sobre.
O meu mês de abril será regido por Shakti, a Deusa Indu que simboliza a energia. Vamos ver o que ela diz?

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Mitologia

Na Índia hindu, Shakti, a Deusa, é ativa, poderosa, vital - a força animadora do universo. O masculino é a força passiva, inerte, adormecida. Cada Shakti tem seu Deus ao qual se une no ato sexual. Sem união, nenhum dos dois pode fazer nada. Para os místicos tântricos, a união definitiva com Shakti acontece no momento da morte. Shakti, representada aqui sentada dentro do ovo luminoso so mundo, é protegida pela serpente kundalini, a emanação da sua própria energia divina.

Significado da carta

Shakti explode na sua vida para energizá-la e revitalizá-la. O caminho da totalidade para você agora está em aprender a trabalhar com Shakti: a divina, cósmica, orgásmica energia da Deusa. Você anda se sentindo cansada? A vida a deixa aborrecida, com todas as suas exigências? Você fica distribuindo sua energia e vitalidade, sem repor sem recarregar, revitalizar? Talvez haja algo que você queria manifestar mas sente que não tem energia para fezê-lo. Shakti diz que existe energia em abundância disponível para você. Tudo o que você tem de fazer é aprender como ligar-se a ela.
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Algo estava morrendo em janeiro para mim. Fevereiro veio regado de dor. Março foi eu me alimentar e recuperar as forças. Abril já é momento de gerar energia. Parece que tudo faz parte de um ciclo. Realmente, não faço a mínima ideia de como usar as energias interiores de mim, mas vou tentar o meu máximo. Preciso restabelecer o meu normal. Claro, tudo ainda é muito recente, mas nada que não tenha sido "previsto". Que as energias de abril estejam ao meu lado.

Rodrigo Ferreira.

domingo, 22 de março de 2015

As cartas não mentem?


Eu não conheço o credo de todos vocês, leitores, e, obviamente, não é algo com a qual eu me importe em conhecer. Cada um tem a sua escolha religiosa, até mesmo a escolha de não ter nenhuma. Eu, por exemplo, por mais doutrinado que tenha sido para o Catolicismo, encontro-me hoje num estado de incredulidade em muitas coisas, mesmo assim, algumas ainda conseguem me surpreender e questionar a minha própria (in)significância.
A ideia dessa postagem é justamente tratar sobre uma dessas situações que me deixaram pesaroso com relação à religiosidade: se não há, realmente, algo lá em cima que nos olha de longe e guia nossa vida, se o nosso destino já não tem um caminho traçado. Será que a força do pensamento é tão forte a ponto da vidência conseguir acertar coisas tão precisas na vida de alguém? E na vida de alguém que estava começando a descrer em tudo?
No início desse ano eu fui em uma roda pagã, realizada por alguns conhecidos. Como era início de Ano Novo, foram feitas leituras de tarô para os convidados, leituras de como seria o nosso novo ano. Eu já joguei tarô algumas vezes, não que eu acreditasse, mas era curioso. Com a mesma curiosidade eu pedi para que as cartas fossem jogadas para mim. E jogaram.
Os resultados não foram dos melhores, confesso.
Eu jamais havia contado para ninguém dos mesmos, mas é incrível como tudo o que está acontecendo já havia sido premeditado pelas mesmas. E quando eu digo tudo é tudo mesmo.
O meu mês de março está sendo regido pela mulher do milho, simbolizando o alimento. Fevereiro foi regido por Coatlicue, que simbolizava a dor. Janeiro era de Cerridwen, que trazia morte e renascimento.
Para vocês, leitores (que talvez não acreditem, não saibam do que eu falo, nunca jogaram tarô ou não conheçam essas cartas e seus significados com a minha vida), pode ser besteira o que eu estou escrevendo, mas essas três cartas, até agora, fazem todo o sentido no meu estado físico e emocional, principalmente a carta de fevereiro.
2015, está nas cartas, não será o melhor ano para mim.

Destino...
Não sei se gosto de pensar na vida já decidida pelos astros. Eu gostaria de poder traçar o meu próprio destino. Mas é interessante. Será que eu mesmo estou buscando que as cartas acertem ou elas estão certas e, por isso, está tudo acontecendo como "planejado"?
Sei lá, são tantos questionamentos e, cada vez que tento achar respostas, mais dúvidas encontro.
Deixemos que tudo haja da forma que tenha que acontecer. Destino ou não, eu apenas devo estar preparado para o que virá (se virá como o que me foi premeditado). Ainda estamos no terceiro mês, ainda há muitas águas para rolarem, e cartas para serem reveladas como certas. Ou não.

Rodrigo Ferreira.

Quem vai a Ítaca, um dia, sempre retorna


Foi um ano e alguns dias afastado desse meu mundo pessoal, tanta coisa aconteceu!
É estranho retornar com essa cara de perdido (cara de cachorro que caiu do caminhão da mudança), como se não estivesse voltando para o meu próprio lar, o lar que eu mesmo criei.
Como vocês ficaram por aqui? Alguém sentiu a minha falta?
Funções, botões, teclas de salvar e publicar... quanto tempo afastado, quando ócio, ideias perdidas e procrastinadas. Mas eu voltei.
Cresci um pouco, mesmo que para os lados. Passei num concurso público e, hoje, estou bem empregado. Conheci muitas pessoas, fiz bastante amizades, assim como perdi diversas, seja pela distância, seja por mim mesmo.
Perdi o que me era muito caro mas estou seguindo em frente. A vida continua, aos trancos e tropeções nos barrancos.
O coração não está firme, mas ele não pode parar de bater.
Espero tornar regular as minhas publicações, o tempo já me favorece bem mais hoje. Mesmo assim, ainda é estranho retornar, com essa cara deslavada e desculpas esfarrapadas. Mas eu voltei. Não sei se para ficar, mas o primeiro passo foi dado, o mais importante.
Ano novo, vida nova. Ainda estamos no terceiro mês.

Eu voltei!

Rodrigo Ferreira.