quarta-feira, 27 de junho de 2012

Mito Poema - Destino de Tântalo

Esse verão resolvi fazer algo diferente, nada haver com "bons drinks" e outras drogas, mas com poesia, a MELHOR das drogas.
Começarei hoje o que chamarei de "Mito Poema".
Trata-se dos meus poemas baseados em mitos gregos, acompanhados de sua devida história para descarrego de consciência daqueles que não entendem algumas metáforas dos meus poemas e suas relações com a mitologia que nem sempre fica clara.
Mas não pense que esses poemas são os mitos gregos em formas de poesias (nenecas de pitibiribas, meu caro leitor), são poemas que tem o mito grego no seu interior, mais como um suporte do que para retratá-lo completamente (ou não). Assim, contarei o mito (do jeito que somente eu sei contar), farei um poema e citarei o mito no interior do poema, porém ele não necessariamente será o tema principal do que foi escrito (ou sim). Entende? Se não, acompanhe logo abaixo o que eu quero dizer.

Então, hoje começarei com um mito que gosto muito e que poucos conhecem, estou falando do mito de Tântalo, o mortal que tentou enganar vários deuses, mas foi ownado ao final. Acompanhem. ^^

O Mito de Tântalo

Tântalo era um mítico rei Frígia ou da Lídia, casado com Dione, filha do Titã Atlas (aquele que segura "só" o firmamento nas costas) . Era um mortal, filho de Zeus com a princesa Plota, e tinha três filhos: Níobe, Dáscilo e Pélope.
Muito querido entre os deuses (um puxa-saco, provavelmente), Tântalo era sempre convidado para os banquetes no Olimpo, um privilégio que poucos mortais desfrutavam. Porém, abusando da hospitalidade e da confiança dos olimpianos, afim de se tornar um deles, roubou o néctar e a ambrosia divina, que davam a imortalidade para quem os degustassem.
Julgando-se poderoso, Tântalo convida os deuses para um banquete em sua casa, servindo para eles o seu próprio filho, Pélope, como refeição (morta!).
Todos os deuses perceberam o que Tântalo tinha feito, menos Deméter, que ainda chorava mágoas de cabocla pela filha Perséfone que havia sido abduzida sequestrada por Hades e tava de boas como a Rainha do Submundo. Distraída, deu uma bela garfada no ombro de Pélope ao molho madeira.
Para trollar Tântalo, Zeus e as outras divindades fizeram Pélope ressuscitar e construíram um ombro de marfim para substituir o que fora degustado pela deusa da agricultura.
Como castigo por isso, Tântalo foi lançado ao Tártaro (o região mais profunda do Inferno), onde ele sofreu o pior dos castigos que alguém como ele poderia sofrer: suplício de fome e sede eternas.
Mergulhado em água até o pescoço, se Tântalo tentasse beber da água, ela sumiria. Para completar, uma árvore mostraria frutos saborosos sobre a cabeça dele, se ele as tentasse pegar, uma brisa mansa sopraria nos galhos, que levantariam os frutos e impossibilitaria que ele as pegasse (momento olhos arregalados).
Achou pouco?
A família de Tântalo também sofreu pelo crime do pai, mais do que a geração do Tiradentes. Níobe perdeu todos os filhos, que foram assassinados por Apolo e Ártemis, e ainda virou pedra. Austreu e Tiestes (netos de Tântalo) se degladiaram por poder, onde Austreu atentou contra a vida dos filhos do outro. O bisneto Agamemnon (aquele da Guerra de Tróia), foi assassinado por outro bisneto, Egisto, que morreu pelas mãos do trineto Orestes, filho de Agamemnon (vingar o pai era o boom daquela época). E por aí foi.
Achei foi pouco!
E os deuses ainda ameaçaram: quem provasse da ambrosia celestial sem ser convidado sofreria o mesmo que Tântalo sofreu ou pior (Eta justiça divina!).
Hoje em dia, a expressão "Suplício de Tântalo" se refere ao sofrimento de quem deseja muito algo mas sempre o vê escapar quando está prestes a alcançá-lo.
Medo!

Gostaram? Agora acompanhem o poema que fiz utilizando a história, mas não tendo ela como tema principal do escrito. Obrigado para os que leram até aqui.

Rodrigo Ferreira.


Destino de Tântalo
 
Dê-me de comer
Dê-me de beber
Da paisagem que tu ostenta
Minhas mãos não podem tocar.
Dê-me de comer
Dê-me de beber
Eu desejo sobreviver do alimento que germina de tua pele
E do líquido que flui pelo teu corpo.
Dê-me de comer
Dê-me de beber
O tempo passa rápido e eu definho
Tenho medo que outros te suguem, Paraíso
Devastação no mundo é tão comum.
Dê-me de comer
Dê-me de beber
Se eu pudesse me saciar do teu amor
Sem ao menos te pedir permissão
Já o teria feito há muito tempo
Mas não posso.

Odisseu Castro.

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Pena & Pergaminho - Dia 06/07


O encontro do grupo poético "Pena & Pergaminho" desse mês está mais do que especial. Você não vai ser louco de perder, não é?

Teremos recitação poética, interpretação de poemas, fluxo de pensamento, músicas, troca de livros e uma entrevista exclusiva com o poeta e Pergaminoso do Mês de julho, Ruenderson Picanço. Você não vai (nem pode) ficar de fora.

P.S.: Esse mês faremos uma troca de livros como incentivo para leitura nas férias. Leve um livro do qual você goste muito e sempre recomende e receba um dos nossos pergaminosos. No encontro de agosto, os livros serão devolvidos ao seus donos (não, ninguém ficará com nada de ninguém, não se preocupe).
Também não esqueçam de elaborar perguntas para o nosso Pergaminoso do Mês que está postando vários dos seus escritos no nosso grupo do Facebook.

Rodrigo Ferreira.

Nossas cores


Quero pintar toda terra
Com as cores do nosso amor
Só não sei se ela é grande o suficiente
Para todas as nossas cores.
Se ainda sobrar tinta
Pintarei por mar adentro
Nada será só azul
Tudo será colorido.
Mas sei que cores ainda faltarão
Partirei, pois, para o céu.
Será que ele comportará tudo?
Acredito que ainda não.
Nada é grande demais
Nada é suficiente
Nada é ilimitado
Se comparado com nossas cores.
Onde mais as passarei
Quando colorir todo o universo?

Odisseu Castro.

terça-feira, 19 de junho de 2012

Mais um ano se passa...


E que venham mais dois anos...


Nem parece que já se passaram dois anos desde que conheci você. Fui à sua casa simplesmente ler alguns poemas seus e acabei ficando com bem mais do que alguns escritos, fiquei com o seu coração ao final. E não me arrependo disso.
Duas almas que se encontraram tantas vezes pelo caminho, mas somente hoje se permitiram compartilhar do mesmo sentimento, justo do sentimento amoroso. Tudo acontece quando tem que acontecer. E que bom que aconteceu.
Já passamos por maus bocados, discutimos, brigamos, mas nunca deixamos de nos falar um dia sequer, com raiva um do outro ou por picuinhas. Somente nos afastamos nas situações que nos impediam de nos falar, como viagens para o interior e a telefonia móvel que nos odeia de vez em quando.
Não somos casal de “dar um tempo”, resolvemos tudo logo de uma vez, de cabeça quente mesmo, falamos o que não devemos (mas que queremos falar) e nos desculpamos mais tarde por peso na consciência, mas não deixamos nada para depois. Somos bem resolvidos nesse sentido e sabemos o que queremos de cada um.
Sei que já te magoei muito, que deixei de te dar meu apoio muitas vezes, mas nenhuma delas foi com a intenção de te magoar, pois se estou há dois anos contigo, não é para deixar você ir agora. Talvez o meu temperamento ainda seja algo a ser trabalhado com mais calma. Somos tão iguais e diferentes ao mesmo tempo, nossos gênios nem sempre batem cem por cento.
Obrigado por me entender depois que mais ninguém se dava a esse luxo. Obrigado por rir das minhas piadas, mesmo que sem graça. Obrigado por compartilhar os filmes clássicos e chatos, apesar de eu não curti nenhum. Obrigado por cada carinho que me foi dado sem que eu sequer merecesse. Obrigado por me dar forças nos momentos mais difíceis e acreditar em mim quando nem eu mesmo o fazia.
Você foi a melhor coisa que aconteceu comigo e se hoje estamos juntos, apesar dos desentendimentos que já passamos, é mais para se comemorar de verdade. Você é minha maior vitória, minha maior conquista e um sonho do qual ainda não quero acordar e nem sei se devo.
Se hoje eu ainda acordo com um sorriso no rosto todos os dias é mais por saber que tenho alguém que, mesmo eu sendo imperfeito e chato do meu jeito, no final vai bagunçar o meu cabelo e dizer que me ama no final do dia. E eu serei feliz de novo.

Rodrigo Ferreira.

Nessa sequência


Nosso amor não é eterno
Ele um dia acabará
Porém, se depender de mim,
Só deixarei de te amar
Dentro dessas circunstâncias:
Quando a água não mais molhar
Quando o vento não mais soprar
Quando o sol não mais se pôr
Quando o arco-íris perder a cor
Quando o dia não escurecer
Quando eu não mais viver.
Mas tem que ser nessa sequência
Porque, se assim não for,
Desejo que se prepare
Pois ainda terei a eternidade toda
Para mostrar ao mundo o quanto te amo.

Odisseu Castro.

Em homenagem aos dois anos de namoro com essa pessoa maravilhosa que está em minha vida e a dá mais sentido ainda. Obrigado, meu lindo. Você é a luz que me guia nessa escuridão do mundo.

Rodrigo Ferreira.

domingo, 17 de junho de 2012

Olha o respeito!


O tempo passa muito rápido. Quando menos percebemos, os primeiros fios de cabelo aparecem pela nossa cabeça. O desespero bate, da vontade de arrancar, e aí vem o Renew tentar fazer sua maravilha. Beleza. Porém, algo que nenhum cosmético resolve é a mudança da sociedade, seja ela boa ou ruim.
O que irei relatar hoje foi algo que deveras me entrigou e me mergulhou em pensamentos, mas não fiz julgamento nenhum (verdade! Não sou disso!), achei melhor postar por aqui e saber o que os meus amados, idolatrados (salve, salve!) leitores acham. Sei também que é de questionamentos de muitos aqui sobre costumes dos "novos tempos".

Estava eu em minha labuta diária, contando dessa vez com a ajuda da minha irmã.
Mais morto de fome do que Lázaro diante do banquete do homem rico, achei melhor comprar algum lanchinho, aproveitando que minha irmã estava ali para me substituir.
Perto de onde trabalho tem um restaurante. Pela parte da tarde o lugar vira praticamente uma lanchonete, servindo lanches, salgadinhos e coisas que não nutrem em nada esse corpo ungido, mas que adora calorias.
Praticamente do lado desse restaurante tem uma escola de ensino fundamental e médio muito famosa na cidade (cujo dono não me pagou pra fazer propaganda e não merece ter o nome citado!).
Quando os cabuladores de aula alunos saem da escola, geralmente vão para esse lugar e sentam nas cadeiras que ficam na frente do estabelecimento (muitas das vezes sem consumir nada, mas fazer o quê? Se expulsar é pior).
Chegando lá encontro alguns desoculpados alunos sentados, três jovens, duas meninas e um menino.
Acredito que uma das meninas era a namorado do rapaz, pois estava sentada delicadamente no colo dele em uma cadeira, enquanto a outra conversava com eles sentada em outra cadeira ao redor de uma mesa com quatro lugares.
Antes que eu entrasse no restaurante, a dona da loja apareceu (uma senhora com um pouco mais de cinquenta anos, provavelmente), viu a menina sentada confortavelmente nas pernas do boy e logo brandou:

- EI! NADA DE SENTAR NO COLO DE NINGUÉM. PODE PEGAR UMA CADEIRA E SENTAR DIREITO. ISSO É UM ESTABELECIMENTO DE FAMÍLIA, NADA DE SENTAR NO COLO DO RAPAZ. NO MEU TEMPO MULHER SABIA SE COMPORTAR NA FRENTE DOS OUTROS! ORA ESSA!

Utilizei a CAIXA ALTA porque a mulher praticamente gritava com os jovens, deixando-os com a cara na poeira.
Claro que depois dessa delicadeza de elefante a menina levantou do colo do menino e sentou em uma cadeira, voltando à conversa enterrompida, como se nada tivesse acontecido.
Eu passo por eles, entrando no estabelecimento, sem saber se ria ou outra coisa, mas que uma ideia pairou em minha mente isso pairou.
Não sou um rapaz tão novo assim (estou chegando na casa dos quinze e meio) mas desde o meu tempo a juventude já vinha mostrando sinais de "avanço" nesse quesito.
As meninas não se vestem mais "comportadamente" para ir a escola, maquiagem é necessária e mostrar as qualidades do corpo é muito importante. Para os meninos basta tem posses e uma body legal que as mina pira. Virgindade é quase lenda urbana para o adolescentes.
As coisas estão acontecendo cada vez mais cedo no corpo dos jovens e o aflorar da sexualidade é somente uma delas. Hoje, ao meu ver, isso é somente o básico do básico, tem coisa pior. Sem brincadeira, já vi coisas muitos piores e com pessoas de menor idade do que a daqueles alunos.
Não faço ideia se a atitude da dona do restaurante foi exagerada. Ela talvez preze pelos bons costumes ou somente compara os seus tempos de adolescência com os de ultimamente, não gostando de nada do que vê e tentando fazer o que pode. Não sei. Mas que isso encucou essa mente que vos escreve, isso encucou. Onde vai parar essa juventude ao final de tudo. Se uma menina sentar no colo de um menino já gera todo esse alvoroço por parte dos mais velhos, imagine como será no futuro? O que EU farei?


Rodrigo Ferreira.

terça-feira, 12 de junho de 2012

Chama


Hoje quem ama vive de ilusão
Hoje quem ama não é prestigiado
Hoje quem ama gasta dinheiro à toa
Hoje quem ama perde tempo com nada.
Será que já chegamos ao limite?
Será que o cotidiano já pagou o Amor?
Ele já está tão ultrapassado
Que merece ser esquecido no tempo?
Eu não acredito nisso.
O Amor não ilude, ele mostra além.
Não cobra pelo que faz, se cobrar desconfie.
E cada tempo dado a ele vale à pena.
Sim, talvez alguns o tenham esquecido
Ou não fazem questão de lembrar.
Porém se o seu coração não mais flameja
Ou você não faz mais questão de deixá-lo queimar
Ou mesmo se você se sente velho demais
Para inflamar o seu peito com essa chama
Boba, cafona, antiquada, inútil e desprestigiada
Faça isso sobre o seu próprio coração.
Não sopre sobre a minha chama.
Ela ainda tem muito o que queimar.

Odisseu Castro.

FELIZ DIA DOS NAMORADOS!

domingo, 10 de junho de 2012

Reviravolta


Dei um sorriso
Você virou a cara
Mandei um beijo
Você me deu uma tapa
Te entreguei flores
Você as deixou morrer
Quis viver por ti
Sem você nem merecer
Me apaixonei
Você me desprezou
Tanto te amei
Você não se importou
Lágrimas rolaram
Pena face serena
Você riu de mim
Só quis fazer cena
Lágrima caiu
Você nem viu
Só quem sentiu
Foi quem partiu
Hoje estou bem
Amando alguém
Você sem ninguém
Praguejando além.

Odisseu Castro.

domingo, 3 de junho de 2012

Entrega


Ela é tão bela
Um anjo na terra
A me fascinar.

Olhos tão serenos
Herança de Vênus
Ambos a brilhar.

De pele morena
Juventude plena
Sempre a exalar.

Ó, moça bonita,
Tudo em ti me excita
Eu quero te amar.

Mas você não quis.
“Não serei feliz
Se a ti me entregar”.

Ah, como sofri.
Tudo que eu ouvi
Só me fez chorar.

Achaste melhor
Para alguém pior
Sua vida dar.

Ele te enganava
Nem amor te dava
Pois só quis te usar.

Se foi, como vento,
Deixando um rebento
Para quem criar?

Ele te sugou
O amor acabou
Foi bom se entregar?

Eu te amava tanto
Mas te ver em pranto
Não me fez voltar.

Ela era tão bela
Um anjo na terra
Fácil de enganar.

Odisseu Castro.